Entrevista com o Poeta Xamânico Lucidor Flores

Lucidor Flores é um perfeito exemplo de que algumas pessoas tornam o mundo especial só por estarem nele! Lucidor incorpora amor e alegria, mostrando-nos com a sua mera presença que a vida é poesia em movimento. Fundador de Nación Pachamama, que nos traz de volta à nossa conexão natura com a Terra, acordando-nos com as suas palavras através da Prática dos 21 Dias que cultiva beleza e consciência, convidando-nos para estarmos e sermos presentes no agora:

“No lugar de escapar, sugiro-te uma honrada e simples aceitação. A livre aceitação libera- -nos da fadiga violenta que fazemos com a vida, armazenando as velhas cartas marcadas. Agora isso terminou, saltemos ao agora sem deixar nada fora… no umbral do poema deste instante há uma Presença que é Amor em ondas… “

Eu tive a grande honra de conhecer Lucidor Flores e Isolda Flores quando visitei o Tao Garden no ano passado, num momento incrivelmente sincrónico ao qual estou grata. Mais do que um Xamã ou um Poeta, Lucidor é um ser humano que irradia a sua luz onde quer que vá, tornando-se assim uma poderosa fonte de inspiração para todos à sua volta.

Neste dia 25 de Abril, tão especial na História de Portugal e simbolismo de liberdade, é uma enorme celebração para mim trazer-vos esta entrevista sobre paz e consciência, sobre o que é ser humano e fluir pela vida.

Pode ler a entrevista em Espanhol na íntegra no final deste post.

1- Qual é a chave para a paz de espírito?

Primeiro temos de compreender o que é a paz. Não é o contrário de guerra. A paz é a compreensão da unidade da vida, ocorre na consciência, quando está desperta e compreende a sua natureza verdadeira. A paz é um estado natural de Consciência. É uma compreensão e um estado de não guerra. Para despertar a Consciência, há que direccionar a atenção e mantêm-la, respiração após respiração. Ao dares-te conta de que te dás conta, então, a Consciência remove os véus mentais de conceitos e imagens e amanhece, desperta, e a sua natureza é a paz.

2 – Porquê que trazemos connosco tanto sofrimento e inconformismo? Podemos simplesmente fluir pela vida leves e livres?

A chama da insatisfação é colocada por Pachamama na essência para nos manter acordados. Tentamos extingui-la com amores, profissões, objetos, progresso, através da família e não funciona. Isso sucede para que nos voltemos para dentro e procuremos onde temos de procurar, ali onde está a Chama está a Fonte de Água Viva que extinguirá definitivamente a insatisfação e o vício de sofrer. Podemos sim, mas temos de sair do complexo mente-ego e rendermo-nos ao coração aberto e fraternal que ama em liberdade.

3 – Quando a pessoa quer mudar, como pode fazê-lo? Por onde começar? Como saber que se está a progredir nesse processo?

Para a pessoa mudar, a pessoa tem de ter uma compreensão do agora e dispor de uma aprendizagem ligada à realidade sem fantasia e, se possível, um Mestre. No Ocidente, o tema do Mestre não foi compreendido e temos uma grande resistência a este assunto, substituído por terapeutas ou líderes religiosos, mas um Mestre espelha o Caminho e o mais essencial em ti. É preciso enveredar por território desconhecido com um guia e não com um mapa. E não cair nas armadilha do Caminho da Transformação, e direccionar a nossa energia para o caminho da transformação.

Começamos a dar-nos conta que nos damos conta. Começamos a tomar consciência da Consciência, e aprendemos a discernir a Consciência mental que é o ego e a memória e a Consciência Essencial.

Sabemos que estamos a evoluir quando a tranquilidade e a clareza nos visitam com frequência.

4 – Qual é a causa base da desconexão que sentimos no mundo? Como podemos melhorar isso?

A causa base não existe, a desconexão muito menos, esta linguagem de conexão é algo moderno que sai da sintaxe das máquinas. Não estamos desconectados, estamos adormecidos, e perdemos a sensibilidade amorosa. Então surge um cansaço e confusão. Nesta nuvem de percepção, tudo parece distante, mas não está. Estamos enraizados na vida, desde a Consciência-Coração.

Melhoramos quando aprendemos a contemplar e saímos da obsessão do fazer, do fugir e do querer mais e mais, quando não fazemos estas três ações surge claro, sossegado e brilhante o SER. E isso não é uma melhoria, mas sim uma realização. E ela ocorre, sucede, flui agora, quando compreendemos que não vem do fazer, mesmo que isto seja fazer meditação, se esse fazer vier da mente, não é fugir atrás a um tempo onde a memória presenteia algo maravilhoso ou para a frente querendo encontrar um lugar ou uma pessoa ou algo que está fora, mas sim algo que tu transportas em teu SER.

5 – Porque nos afastamos da natureza e como podemos reaproximar-nos para nos revitalizarmos no seu seio?

Afastamo-nos por influência cultural. A evolução industrial produziu uma cultura que divide a vida. A vida nas cidades e a vida na natureza, esta divisão foi nefasta para a Natureza, que nos Andes chamamos de Pachamama e que experienciamos como um SER de seres. Maternal e sábia. Afastamo-nos pelo vício do conforto. E por medo induzido relativamente a Pachamama, pela religião e pela sociedade. No campo há bichos, serpentes, estás longe do médico e não há ar condicionado, nem telefone celular, etc.

Aproximares-te é um começo, indo nos dias livres até algum lugar aberto e selvagem, mas o sonho da Pachamama é o retorno às fontes originais, Comunidades de irmãs e irmãos, vivendo livre do peso e da poluição, fazendo suas próprias roupas, suas próprias comidas e seus próprios sistemas de educação e de medicina. Aprendendo ou reaprendendo a arte de viver.

6 – O que podemos fazer concretamente nas sociedades de hoje para alinhar quem somos por dentro com a atividade que temos cá fora de forma produtiva e auto-suficiente, ou seja como podemos auto-sustentar-nos estando alinhados com a nossa essência?

O fazer tem de estar alinhado com o teu SER. Fazer ou trabalhar em algo que não ÉS, é patológico e provoca neurose. Tentamos por um processo de auto-conhecimento saber quem somos, para saber o que fazer, se tu és um artista e trabalhas como advogado, serás um advogado triste e ofuscado. A produtividade não é algo que procuramos, isso procura-o a sociedade produtivista, que vê na humanidade um objecto de produção e consumo. Nós somos seres humanos que vivem com qualidade. Isto é um equilíbrio entre tempo de fazer e tempo contemplativo ou tempo de ócio. Sem este equilíbrio, qualquer trabalho é patológico. Para isso tens de procurar um trabalho que esteja alinhado com o teu ser para que a tua imaginação seja criativa e sejas abundante em poucas horas de trabalho, para que tenhas tempo livre para amar.

7 – Como podemos descobrir o nosso papel no mundo?

Autoconhecendo-te, através de auto-observação, e prestar atenção silenciosa, sem julgamento às tuas tendências inatas e não me refiro a algo terapêutico, mas sim algo essencial. Tu sentes o propósito. O propósito é claro para quem está intimamente vinculado com o Seu Eu mais profundo. Viemos com um propósito e somos uma intenção consciente, quando a intenção e o propósito se unem, descobrimos que somos seres essenciais que chegam para que todos possam cumprir os seus sonhos.

8 – Que passos específicos podemos dar para o nosso bem-estar e para a nossa auto-descoberta?

O primeiro passo é aprender a estar consciente.

Depois aprender a orientar a tua atenção para a consciência.

E nao desperdiçar energia falando ou gastando-a com imagem e ego.

Isto é a base para juntar energia para dar um salto de percepção interna que nos levará a sabermos, a sentirmos e compreendermos quem somos e para que estamos aqui.

O bem-estar é um sub-produto de tudo isto.

9 – Como podemos quebrar padrões kármicos (e o que são padrões kármicos)?

As pessoas chamam padrões kármicos a ações repetitivas em que caímos em caos e sofrimento. Contudo, eu chamo-lhe desatenção. Se é um produto de um padrão, isso é um padrão de fugir de estar atento. Talvez o karma ou a ação causal repetitiva seja a desatenção. Se estás consciente, atento, sensível e em comunhão com o agora vences estes obstáculos que se reiteram.

10 – Como podemos mudar a maneira como sentimos? O que podemos fazer por nós próprios para estarmos em equilíbrio?

Mudamos ao viver mais e mais em estado de ânimo Consciente. E assim mudamos a maneira de ver a vida. Na memória corporal e na memória psicológica vêm certas tendências, mas estas não são determinantes nem influenciam se estás consciente e alinhado com a INFLUÊNCIA SUPREMA. Ou seja, a Vida Una, é o Sol que o maravilhoso dispõe em frente dos olhos do desperto. As influências menores, astrológicas, ADN, karmas de vidas passadas, de memórias psicológicas desta vida, etc, desvanecem-se ante um instante total de comunhão com a Totalidade. Isto é simples e fácil. não necessita uma engenharia espiritual. Para preparar estes estado de atenção sugiro-te estar consciente da respiração, inspiração, e expiração….

11 – Como podemos sentir a vida sem ficarmos assoberbados por todas as emoções que a vida traz consigo? Como podemos aprender a viver as emoções estando em equilíbrio/serenidade?

A vida não nos traz emoções, elas são um produto da pessoa. O instante chega limpo, quer gostemos quer não, nós na psique, é que traduzimos este instante com o cérebro e geramos emoções. Quanto mais rendido estiveres ao instante que respira realidade, menos emoções dualísticas terás. Quanto mais alerta e disponível estiveres a este momento que chega e se vai, menos reação o subconsciente experienciará. E assim viverás impessoalmente, sem esse peso emocional que gasta tanta energia e produz tanta dispersão. Chamamos a isto serenidade.

12 – Como podemos curar a nossa ferida mais profunda? Qual é que ela é?

Trazemos às costas uma ferida existencial. Ocorreu ao sair do paraíso do útero da mãe. Tem sentido, propósito. Torna-nos insatisfeitas com o que conseguimos material ou emocionalmente. E isto leva-nos a uma busca interior. E essa busca interior leva-nos ao Caminho. Os diferentes caminhos levam ao Caminho Real. Este caminho real está na Consciência. Somos nós próprios. Aí é que está a ferida e está também a cura para essa ferida, é um buraco que só se cura quando nos encontramos conosco próprios. Só o Amor Incondicional sara esta ferida. A feria impulsiona-nos a buscar algo, que na realidade é voltar a casa. Tens de nascer de novo, disse Jesus, que é como dizer que tens de voltar ao útero do coração, dentro do qual se sente quem somos, nessa vastidão oceânica super consciente, não há mais ferida nem dor, e voltamos a estar completos.

13 – Como podemos curar a relação com os nossos pais e/ou familiares e porquê que a chave de muito do que somos/sentimos passa por aí?

O Caminho começa quando nos libertamos de qualquer tipo de mãe ou pai. Eles representam para o cérebro a proteção da autoridade. É um estado de não amadurecimento, no qual estamos ligados a algo (uma bíblia, uns mandamentos) ou a alguém (mãe, pai, um guru, um terapeuta, um médico, um padre) que ocupa o espaço da Consciência. Há que cortar o elo energético para começar a caminhar e arriscar viver a aventura da Consciência. Sem nenhum guia, a verdade encontra-se no campo desconhecido onde devemos entrar despidos de autoridade e sem nenhum autoridade. O mestre ocupa o espaço de dar energia à tua coragem e não de ser pai ou mãe. É importante libertar-se de todo o tipo de mãe ou pai, porque nos libertamos de ligações sanguíneas para as substituirão por amigos, vícios, emoções, ou pensamentos ou o ego paternal que te nos diz o que devemos fazer e como. É vital libertarmo-nos de todo o tipo de mãe ou pai.

14 – Porquê que o uso da linguagem nos limita? De que forma podemos transcender isso?

A linguagem é subjectiva e, como tal, cada ego entende e projecta dentro das palabras o que quer ou teme. Então é muito difícil aprender ou comunicar. À medida que te vais tornando consciente, o uso da linguagem vai amadurecendo e começar a usar as palavras com arte e não tecnicamente. Até chegar a verdadeira linguagem não verbal, essa que ocorre entre mãe e bebê, entre namorado e namorada, entre iluminado e iluminado, entre uma obra de arte e um ser que a sente. No meu caso funcionou com o treino de ler e de saborear a poesia, talvez, isso nos torne mais amplos e universais para podermos usar a palavra com arte e com amor, para que todos possam sentir a vibração interior que este som traz.

15 – De que forma podemos transcender tudo isto? Porquê que a criação é o maior mistério e porquê que o Homem tem tanta necessidade de saber isso? De onde vem essa curiosidade? Porque não nos vivemos simplesmente e desfrutamos o dia-a-dia um passo de cada vez como o resto da natureza? Porquê que criámos esta separação com a nossa essência e com a natureza?

O Mistério é o jogo da Deusa. Esta vida é um jogo, nada mais que isso. Jogas? O mistério é o que nos mantém activos, outra forma de insatisfação, que mobiliza a curiosidade. Isto faz-nos indagar, e ao indagar vamos refinando a questão, primeiro por questões materiais, se a terra é quadrada ou se gira à volta do sol, ou se o polo é norte ou sol, ou como são os solstícios, refinando até chegar à questão: “quem sou?”, “para que sou?”, “porquê que a mim me tocou ser eu?”

O sentido é este…

Ao chegar a curiosidade mais profunda, chegamos ao tecido essencial que nos separa da Unidade e, aí passaremos tanto tempo como seja intensa a nossa necessidade de saber. Se somos intensos, só um instante é necessário para atravessar a porta que está sempre aberta para os que não são lúcidos. Para o apaixonado por viver e saber de que é feita esta vida, basta apenas um instante, um passo, o primeiro e o último, para quem estiver muito dividido, fragmentado, que a sua curiosidade seja de adulto ou que seja fragmentada em mil curiosidades podem passar vidas. Mas, o sentido deste mistério/curiosidade é este indagar.

A separação é uma ilusão do ego, não há separação no agora, estamos no oceano da vida, prazeroso e pura consciência.

Para apoiar o trabalho de Skin at Heart, visite o Patreon. Descubra mais detalhes e vantagens de se tornar Patron do Skin at Heart aqui!

1 – Qual es la llave para la paz de espirito?

Primero tenemos que comprender lo que es la paz. No es lo contrario a la guerra. La paz es comprensión de la unidad de la vida, ocurre en la conciencia, cuando está despierta y comprende su naturaleza verdadera. La paz es un estado natural de la Conciencia. Es una comprensión y no un estado de no guerra. Para despertar la Conciencia hay que direccionar la atención y sostenerla, aliento tras aliento. Al darse cuenta que te das cuenta, entonces, la Conciencia se saca los velos mentales de conceptos e imágenes y amanece, despierta, y su naturaleza es paz.

2 – Porque trazemos tanto sufrimiento con nosotros? Podemos fluir simplesmente por la vida leves y libres?

La flama da insatisfacción la coloca Pachamama en la esencia para mantenernos acordados. Buscamos apagarla en amores, en profesión, en objetos, en progreso, a través de la familia y no funciona. Eso ocurre para que nos volvamos adentro y procuremos donde hay que procurar, ahí donde está la Flama está la Fuente de Agua Viva que apagará definitivamente la insatisfacción y el vicio de sufrir.
Podemos sí, pero hay que salir de la mente-ego complexo y rendirse al corazón abierto y fraternal que ama en libertad.

3 – Quando la persona quiere cambiar como puede hacerlo? Donde empezar? Como saber se esta progredindo?

Para mudar, la persona tiene que tener una comprensión del ahora, y disponer de una enseñanza ligada a la realidad sin fantasía, y si es posible, un Maestro. En occidente el tema de Maestro no ha sido comprendido todavia, y tenemos una grande resistencia a este tema, sustituido por terapeutas o padres religiosos, pero un Maestro te espeja el Camino y lo más esencial en ti. Es preciso ingresar en territorio desconocido con un guía y no con un mapa. Y no caer en las armadillas del Camino de Transformación, y direccionar las elecciones hacia el rumbo de la transformación.

Comenzamos dándonos cuenta que nos damos cuenta. Comenzamos tomando conciencia de la Conciencia, y aprendiendo a discernir la Conciencia mental que es ego y memoria, y la Consciencia Esencial.

Sabemos que estamos evolucionando cuando la estabilidad y clareza nos visitan a menudo.

4 – Qual es la causa única de desconexión que sentimos en el mondo? Como podemos mejorar eso?

La causa única no existe, la desconexión tampoco, este lenguaje de conexión es post moderno y sale de la sintaxis de las maquinas. No estamos desconectados, estamos adormecidos, y perdemos la sensibilidad amorosa. Entonces surge un cansancio y confusión. En esta niebla de percepción, todo parece lejos, pero no lo está. Estamos enraizados en la vida, desde la Conciencia-Corazón.

Mejoramos cuando aprendemos a contemplar, y salimos de la obsesión del hacer, y del huir, y del querer más y más, cuando no hacemos estas tres acciones, surge claro, quieto y brillante el SER. Y esto no es una mejora, sino una realización. El ser ocurre, sucede, fluye ahora, cuando hemos comprendido que no es desde el hacer, aún esto sea hacer meditación, si ese hacer es desde la mente, es huir hacia atrás a un tiempo que la memoria presenta como maravilloso, o huir hacia adelante queriendo encontrar en un lugar o en una persona algo que no está fuera, sino que portas en tu SER.

5 – Porque nos afastamos da la Naturaleza y lo que podemos hacer para nos reaproximar?

Nos afastamos por influencia cultural. La revolución industrial produjo una cultura que divide la vida. La vida en las ciudades, y la vida en la naturaleza, esta división fue nefasta para la Naturaleza que en los Andes llamamos de Pachamama, y experimentamos como un SER de seres. Maternal y sabio. Nos alejamos por el vicio del conforto. Y por miedo inducido a la Pachamama, por la religión y la academia. En el campo hay bichos, hay serpientes, se está lejos del doctor, no hay aire acondicionado, ni señal de celular, etc.

Aproximarse es un comienzo, llendo en los días libres a algún lugar abierto y salvaje, pero lo que sueña Pachamama es un retorno a las fuentes originarias, Comunas de hermanas e hermanos, viviendo libres de toda la pesadez y polución, haciendo sus ropas, sus comidas y sus sistemas de educación y medicina. Aprendiendo o reaprendiendo el arte de vivir.

6 – Lo que podemos hacer en las sociedades para aliñar quien somos con la actividad que hacemos para que sea produtiva e auto-suficiente?

El hacer tiene que estar en línea con el SER. Hacer o trabajar en algo que tú no ERES, es patológico y crea neurosis. Tentamos por un proceso de autoconocimiento saber quién somos, para saber qué hacer, si tú eres un artista y trabajas de abogado, serás un triste, ofuscado abogado. La productividad no es lo que procuramos, esto lo procura la sociedad productivista, que ve en la humanidad un objeto de producción y consumo. Nosotros somos seres humanos, que viven con cualidad. Esto es en un equilibrio entre tiempo de hacer y tiempo contemplativo o tiempo de ocio. Sin este equilibrio cualquier trabajo es patológico. Para esto tienes que buscar un trabajo que esté alineado con tu ser para que la imaginación sea creativa y seas abundante con pocas horas de trabajo y tengas tiempo libre para amar.

7 – Como podemos descubrir nostro papel en el mondo?

Autoconociéndote, a través de observarte, y prestar atención silenciosa, sin juicio a tus tendencias innatas, y no me refiero a algo terapéutico sino esencial. Tu sientes el propósito. El propósito es claro para quien está íntimamente vinculado con el Sí Mismo profundo. Venimos con propósito, y somos un intento consciente, cuando el intento y el propósito se unen, descubrimos que somos de esos seres esenciales que llegan para que todos posan cumplir sus sueños.

8 – Que pasos podemos dar para el nosso bien estar y la nuestra auto descubierta?

El primer paso es aprender a estar consciente.

Logo aprender a orientar la atención a la conciencia.

Y no desperdiciar energía hablando o gastándola en imagen y ego.

Esto son la base de un juntar energía para dar un salto de percepción interna que nos llevará a sabernos, a sentirnos y comprender quien somos y para que estamos aquí.

El bienestar es un subproducto de todo esto.

9 – Como podemos quebrar patrones karmicos (y lo que son patrones karmicos)?

La gente llama patrones karmicos, a acciones repetitivas en que caemos en caos y sufrimiento. Sin embargo, lo llamo desatención. Si es producto de un patrón, es un patrón de huir de estar atentos. Quizá el karma o la acción causal repetitiva sea la desatención. Si estás consciente, atenta, sensible y en comunión con el ahora vences estos obstáculos que se reiteran.

10 – Como podemos cambiar como nos sentimos? Lo que podemos hacer para estarmos em equilibrio?

Cambiamos al vivir más y más en estado de ánimo Consciente. Y así mudamos la manera de ver la vida. En la memoria corporal y en la memoria psicológica, vienen ciertas tendencias, pero estas no son determinantes ni influyen si estás consciente, y alineada con la INFLUENCIA SUPREMA. O sea, la Vida Una, es el Sol que a todo lo maravilloso lo pone ante la vista del despierto. Las influencias menores, astrológicas, de ADN, de karmas de vidas pasadas, de memorias psicológicas de esta vida, etc., se desvanecen ante un instante total de comunión con la Totalidad. Esto es simple y fácil, no necesita de una ingeniería espiritual. Para preparar este estado de atención te sugiero estar consciente del aliento, el que entra, y el que sale…

11 – Como podemos sentir la vida sin nos dejarmos quedar asoberbados por las emociones? Como vivir las emociones en serenidad?

La vida no trae emociones, ellas son producto de la persona. El instante llega limpio, nos guste o no, somos nosotros la psique, la que traduce este instante en el cerebro y genera emociones. Mientras más rendido estés al instante que respira realidad, menos emociones dualísticas tendrás. Mientras más alerta y disponible estés a este momento que llega y se va, menos reacción del subconsciente experimentarás. Y así vivenciarás impersonalmente, sin esa pesadez emocional que tanta energía gasta y tanta dispersión produce. Llamamos a esto serenidad.

12 – Como podemos sanar nuestra ferida mas profunda?

Traemos en el costado una herida existencial. Ocurrió al salir del paraíso del útero de la madre. Tiene sentido, propósito. Nos torna insatisfechos con lo que conseguimos material o emocional. Y esto nos lleva a la búsqueda interior. Y la búsqueda interior nos lleva al Camino. Los diferentes caminos llevan al Camino Real. Este camino real está en la Conciencia. Somos nosotros. Ahí está la herida, y está la sanación de la herida, es un buraco que solo se sana cuando nos encontramos con nosotros mismos. Solo el Amor Incondicional sana esta herida. La herida nos impulsa a buscar algo, que en realidad es volver a casa. Tienes que nacer de nuevo dice Jesus, es decir volver al útero del corazón, dentro donde se siente quien somos, en esa vastedad oceánica super consciente, no hay más herida ni dolor, y volvemos a estar completos.

13 – Como sanar la ligación con nuestra madre o nuestro padre o nuestros familiares y porque es eso tan vital?

El Camino comienza cuando nos liberamos de cualquier tipo de mama y papa. Ellos representan para el cerebro la proyección de autoridad. Es un estado de no madurez, en el cual todavía estamos ligados a algo (una biblia, unos mandamientos) o a alguien (mamá, papá, un guru, un terapeuta, un doctor, un padre) que ocupa el espacio de la Conciencia. Hay que cortar el hilo energético para comenzar a caminar y arriesgar a vivir la aventura de la Conciencia sin nadie que nos conmine. Sin ninguna guía, la verdad se encuentra en el campo desconocido donde debemos entrar desnudos de autoridad y sin ninguna autoridad. El maestro ocupa el espacio de dar energía a tu valentía y no de ser papá o mamá. Es importante liberarse de todo tipo de mamá y papá, porque nos liberamos de los padres sanguíneos y los sustituimos por amigos, o vicios, o emociones, o pensamientos o el ego paternal que te dice lo que debes hacer y cómo. Es vital liberarse de todo tipo de mamá y papá.

14 – Porque que el lenguaje nos limita? Como podemos transcender eso?

El lenguaje es subjetivo, y como tal, cada ego entiende o proyecta dentro de las palabras lo que quiere o teme. Entonces es muy difícil aprender o comunicarse. A medida que vas tornándote consciente, el uso del lenguaje va madurando, y empiezas a usar las palabras con arte y no técnicamente. Hasta llegar al verdadero lenguaje no verbal, ese que ocurre entre madre y bebé, entre enamorado y enamorada, entre iluminado e iluminado, entre una obra de arte y un ser que siente. En mi caso funcionó el entrenamiento en leer y degustar poesía, quizá, eso nos torne más amplios y universales para poder usar la palabra con artesanía y con amor, para que todos puedan sentir la vibración interior que trae este sonido.

15 – De que manera podemos transcender todo eso? Porque que la creación es el mayor misterio e porque que la Humanidade tiene tanta necesidad de saber eso? Porque que habemos criado esa separación entre nuestra esencia y la naturaleza?

El Misterio es el juego de la Diosa. Esta vida es un juego, no otra cosa. ¿Juegas? El misterio es lo que nos mantiene activos, otra forma de insatisfacción, que moviliza la curiosidad. Esto nos hace indagar, y al indagar vamos refinando la cuestión, primero por cuestiones materiales, si la tierra es cuadrada o si gira al rededor del sol, si el polo norte o el sur, si la brújula o la cuenta de los solsticios, hasta ir refinando la cuestión hasta llegar a: ¿quién soy yo?  ¿para qué soy? ¿por qué a mí me toco ser yo?

El sentido es este…

Al llegar a la curiosidad más profunda, llegamos al tejido esencial que nos separa de la Unidad, y ahí pasaremos tanto tiempo como intensa sea nuestra necesidad de saber. Si somos intensos, solo un instante es necesario para cruzar la puerta que siempre está abierta a los que no son tibios. Para el apasionado por vivir y saber de qué va esta vida, solo se trata de un instante, de un paso, en el primer paso está el último, para el que está muy dividido, fragmentado, que su curiosidad es de adulto o sea fragmentada en mil curiosidades pueden pasar vidas. Pero el sentido de este misterio/curiosidad, es este, indagar.

La separación es una ilusión del ego, no hay separación en el ahora, estamos en el océano de la vida, gozoso y pura conciencia.

Leave a Reply

Discover more from Books & Mindfulness

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading