Após ler The Sacred Science: A Natural Healing Path for the Modern World de Nick Polizzi e The Order of Time de Carlo Rovelli (que mencionarei brevemente com mais pormenores), estou a ler o livro Slipstream Time Hacking de Benjamin P. Hardy. Uma das coisas mais interessantes e esclarecedoras que Hardy menciona é como é que ter uma grande variedade de escolhas nos prejudica mais do que nos ajuda. Uma vez que não conseguimos verdadeiramente escolher uma rota e comprometermo-nos com essas escolha, tendemos a viver divididos com todos os caminhos possíveis e tentar dar passos pequenos em todas as direções.
Conduzir é uma das minhas actividades preferidas. Adoro sentir o carro: o som do motor, a vibração certa quando se levanta o pé da embraiagem (uma experiência destas tem de ser sempre com um carro manual!), a maneira como se leva o carro mais e mais longe à medida que se acelera e como quase nos tornamos um com o veículo à medida que a estrada se desenrola à nossa frente. Até há um mês, eu nunca poderia ter imaginado que iria gostar tanto de conduzir scooter, como adoro conduzir carros, mas agora que tenho andado de scooter para todo o lado, devo dizer que esta paixão cresce a cada dia. E a scooter é perfeita para pequenas cidades de Verão e sente-se realmente uma conexão plena com a natureza quando se conduz por paisagens imensas.
Então como é que o acto de conduzir e as escolhas que fazemos estão relacionados?
À medida que nos conduzimos pela vida, temos de abraçar o desconhecido (como o Dr. Joe Dispenza insiste vividamente no seu fabuloso livro Como Criar Um Novo Eu). Temos de estar preparados para saber que temos apenas um pequeno espelho retrovisor o qual podemos mirar ocasionalmente, mas os nossos olhos – de facto toda a nossa atenção – deve estar focada na estrada larga à nossa frente em vez do asfalto atrás de nós e, acima de tudo, temos de fazer escolhas. Temos de virar aqui e acolá, temos de escolher a rota e podemos ter de re-adaptar o percurso que estamos a fazer. Por exemplo, é como ir ao cinema e perceber a meio do filme que não estamos a gostar daquela experiência e não queremos estar mais ali. Primeiro, podemos estar tão agarrados ao preço do bilhete que nos comprometemos até ao fim. Mas vale a pena? Não estaremos a escolher tempo e, consequentemente, vida ao fazemos a escolha de nos pouparmos a tempo desperdiçado? Em momentos como este, temos de chamar toda a nossa consciência e dar um passo de fé e escolher a vida! Claro: é difícil desistir de uma estrada na qual investimos tempo, esforço, energia, fé e, até, dinheiro. Mas ao escolher a vida, ao re-estabelecer prioridades e readaptando a nossa rota, estamos na verdade a dar passos em frente no caminho em vez de continuarmos a conduzir para uma estrada sem saída. E é por este motivo que sentar-mo-nos no lugar do condutor é simultaneamente excitante e desafiante, porque com a liberdade de escolher vem também a responsabilidade, vem a necessidade de ter coragem e sensatez de sermos o nosso próprio caminho e sermos capazes de navegar da melhor forma possível. E eu tenho vindo a descobrir que a melhor maneira possível se traduz de duas formas: 1 – uma sensação forte naquilo a que chamamos Lower Dan Tien no Qigong (próximo do que se chama Sacral Chakra no Yoga), mas basicamente é aquele lugar no abdomen onde sentimos o gelo e o fogo, aquele lugar onde temos uma profunda sensação que o que estamos a fazer é o que está certo e 2 – uma sensação de vitória que vem da alegria que sentimos à medida que damos cada passo, mesmo os mais difíceis, quando estamos certos da jornada que estamos a fazer!
Por isso: escute o corpo e escolha a vida! Será a melhor escolha possível e, honestamente, a única que vale a pena tomar!